Monday, March 7, 2011

Carnaval, e aí?

            Feriadão de carnaval gigante em casa, só dormindo e comendo e organizando materiais para aulas te deixam meio por fora do mundo. No entanto, uma saída breve com amigos a um barzinho e você já tem demonstrações de como as coisas andam.
           Lá no barzinho, que tocava pagodinho [ que não é meus estilo musical predileto, mas enfim...sou levemente eclética], dois babacas se entorpeceram, perderam a noção e começaram a brigar. Todo mundo interferiu e, no fim, cada um para um lado, foram para suas casas, talvez. 
           Quinze minutos mais tarde, um casal de outra cidade, alegremente dançando, rouba a festa, ao comemorar sei lá o que, talvez a alegria de viver [e isso é ótimo] com a metade do bar e esparrama cerveja na outra metade. Álcool vai e álcool vem, e o que era pagode virou uma mistura de pagode, com sertanejo e bailão [aí foi a gota d´água para meu lado eclético de ser]. Todo mundo, aparentemente feliz. Hora de ir embora e o desfile nas ruas já não era de carros alegóricos ou fantasias de plumas, mas de bêbados vomitando, gritando e cantando. Até aí tudo bem, afinal quem nunca bebeu além da conta? Ainda mais num carnaval?
             E o sentido do texto vem exatamente desse ponto.. Na Idade Média, o Carnaval era o momento em que senhores e vassalos confraternizavam juntos, reis sediam seus tronos aos escravos e todos festejavam. Não havia preocupação com classes sociais, com responsabilidades. Havia máscaras que os permitiam fazerem e serem o que quisessem. Eram, portanto, livres, mas limitadamente livres. Sua liberdade de expressão durava o período do carnaval, após o qual tudo voltava ao "normal".
              O que vi no barzinho e nas ruas ontem, fez com que eu pensasse que o espírito do carnaval é o mesmo, embora as máscaras sejam muito diferentes. Não se esconde o rosto, mostra-se a bunda!..mas esse não é o ponto. A questão é que nesses dias parece que nada de ruim existe, tudo vira alegria, mesmo que a conta bancária esteja no vermelho, ou que o filho seja mal-criado, ou a esposa rabujenta e o marido um imprestável. 
               Fiquei me perguntando o que é isso, afinal, fuga? Ou simplesmente uma maneira de amenizar e trazer ânimo para seguir em frente? Não sei responder. Nunca incorporei o espírito do carnaval em sua essência.
        

2 comments:

Luciana said...

Ah, Bi, confesse: você adora um pagodinho! ;-D

Bianca Rossato said...

Aham...adoooooro...rsrsrsrs