Sunday, April 3, 2011

Das coisas que deixam saudade

Um dia eu disse, em algo que eu queria que fosse um poema, que sentia saudade daquilo que não vivi. Hoje sinto saudade daquilo e vivi e vivi muito. Senti saudade das madrugadas em que acordava para assistir corridas de F1. Eu acho que torcia para o Senna, meu pai jura que era para o Picket. Sei lá..hoje é para o Senna e, ao ouvir a música da Tina Turner, senti uma turbulência gigante dentro de mim, uma emoção quase incontrolável. Até parecia que eu era amiga íntima dele. Mas não fui..não que ele soubesse..rs.

Que saudade que me deu dos domingos pela manhã, da televisão velha, na estante caindo, onde eu assistia às corridas. Até lutas do Mike Tyson eu assistia..hehe...saudade de que mesmo que era? Muitas coisas..
...por hora, vou compartilhar a música The Best, da Tina Turner, cuja voz acho um espetáculo.

Monday, March 7, 2011

Carnaval, e aí?

            Feriadão de carnaval gigante em casa, só dormindo e comendo e organizando materiais para aulas te deixam meio por fora do mundo. No entanto, uma saída breve com amigos a um barzinho e você já tem demonstrações de como as coisas andam.
           Lá no barzinho, que tocava pagodinho [ que não é meus estilo musical predileto, mas enfim...sou levemente eclética], dois babacas se entorpeceram, perderam a noção e começaram a brigar. Todo mundo interferiu e, no fim, cada um para um lado, foram para suas casas, talvez. 
           Quinze minutos mais tarde, um casal de outra cidade, alegremente dançando, rouba a festa, ao comemorar sei lá o que, talvez a alegria de viver [e isso é ótimo] com a metade do bar e esparrama cerveja na outra metade. Álcool vai e álcool vem, e o que era pagode virou uma mistura de pagode, com sertanejo e bailão [aí foi a gota d´água para meu lado eclético de ser]. Todo mundo, aparentemente feliz. Hora de ir embora e o desfile nas ruas já não era de carros alegóricos ou fantasias de plumas, mas de bêbados vomitando, gritando e cantando. Até aí tudo bem, afinal quem nunca bebeu além da conta? Ainda mais num carnaval?
             E o sentido do texto vem exatamente desse ponto.. Na Idade Média, o Carnaval era o momento em que senhores e vassalos confraternizavam juntos, reis sediam seus tronos aos escravos e todos festejavam. Não havia preocupação com classes sociais, com responsabilidades. Havia máscaras que os permitiam fazerem e serem o que quisessem. Eram, portanto, livres, mas limitadamente livres. Sua liberdade de expressão durava o período do carnaval, após o qual tudo voltava ao "normal".
              O que vi no barzinho e nas ruas ontem, fez com que eu pensasse que o espírito do carnaval é o mesmo, embora as máscaras sejam muito diferentes. Não se esconde o rosto, mostra-se a bunda!..mas esse não é o ponto. A questão é que nesses dias parece que nada de ruim existe, tudo vira alegria, mesmo que a conta bancária esteja no vermelho, ou que o filho seja mal-criado, ou a esposa rabujenta e o marido um imprestável. 
               Fiquei me perguntando o que é isso, afinal, fuga? Ou simplesmente uma maneira de amenizar e trazer ânimo para seguir em frente? Não sei responder. Nunca incorporei o espírito do carnaval em sua essência.
        

Sunday, February 27, 2011

Parede descascada

Vê a imagem atrás dessas palavras?
A parede descascada,
 os retratos com molduras levemente empoeiradas na parede,
 a televisão
(que mais parece um caixão de abelha, como eu ouvia chamarem-lhe na infância),
o sofá desbotado cheio de costuras.
Para não falar do telefone do início de um século que já se findou
e o abajur por donde as primeiras luzes da energia elétrica se fizeram notadas.
Tristeza e solidão
Tais são as sensações que a imagem revela.
Senso comum? Sensação? Sentimento? Não sei.
Aqui dentro, em mim,
A imagem é história
É pessoas que viveram, que se emocionaram
E choraram e riram e vibraram com a vida que se vivia.
É a minha vontade de ver e viver e chorar e sorrir
E querer mais e mais da vida
Para um dia ter uma parede dessas, com fotos amareladas
E uma televisão antiga, um sofá desbotado
E histórias, muitas histórias para compartilhar.

Desejo

Desejo - Carlos Drummond de Andrade


Desejo a você... 
Fruto do mato 
Cheiro de jardim 
Namoro no portão 
Domingo sem chuva 
Segunda sem mau humor 
Sábado com seu amor
 
Filme do Carlitos 
Chope com amigos
 
Crônica de Rubem Braga 
Viver sem inimigos 
Filme antigo na TV 
Ter uma pessoa especial 
E que ela goste de você 
Música de Tom com letra de Chico 
Frango caipira em pensão do interior 
Ouvir uma palavra amável 
Ter uma surpresa agradável 
Ver a Banda passar 
Noite de lua Cheia 
Rever uma velha amizade 
Ter fé em Deus 
Não ter que ouvir a palavra não 
Nem nunca, nem jamais e adeus. 
Rir como criança 
Ouvir canto de passarinho 
Sarar de resfriado 
Escrever um poema de Amor 
Que nunca será rasgado 
Formar um par ideal 
Tomar banho de cachoeira 
Pegar um bronzeado legal 
Aprender uma nova canção 
Esperar alguém na estação 
Queijo com goiabada 
Pôr-do-Sol na roça 
Uma festa 
Um violão 
Uma seresta 
Recordar um amor antigo 
Ter um ombro sempre amigo 
Bater palmas de alegria 
Uma tarde amena 
Calçar um velho chinelo 
Sentar numa velha poltrona 
Tocar violão para alguém 
Ouvir a chuva no telhado 

Vinho branco 
Bolero de Ravel... 
E muito carinho meu.




Saturday, February 26, 2011

Trabalhos manuais

Meu cérebro andava cansado. Arrastando-se ele pedia: "Pelo amor de Deus, me dá uma folga!!" E eu insistia com leituras, e textos, e escreve isso e publica aquilo. Coitado.
Aí encontrei uma aula de artesanato...e os resultados, até aqui, estão aí!!






Saturday, July 31, 2010

Os ogros da minha vida

Não. Não são os amores da minha vida. São os ogros da minha vida. Eu sei, eu sei que tenho muuito pela frente, que sou jovem e blá, blá, blá. Todo mundo diz isso. Mas eu sou eu, não vivi aquilo que os outros viveram, assim como eles não viveram o que eu vivi. Ponto final. Justificativa dada. (justificativas...tema para outro texto). Do que estou falando exatamente? Ah, pois é..daquelas pessoas que cruzam o nosso caminho e que bem ou mal deixam marcas, histórias e levam marcas e histórias.



Cada fase da nossa vida tem um ogro específico. Na adolescência, os ogros são seres inatingíveis. No meu tempo eles moravam no planeta televisão e, às vezes, visitavam o planeta rádio. Hoje em dia, parece-me que eles circulam pelo planeta internet. Você nunca fica sabendo se aquele charme todo é verdadeiro, ou propaganda para vender camiseta, mas você gosta igual, acha tudo lindo do mesmo jeito. Até porque, todo mundo gosta.


Aí, o tempo vai passando e o encanto perde força e você precisa de um ogro de carne e osso “atingível”. Nessa fase, a o cérebro parece um órgão dispensável, o que importa é o estereótipo. Alto ou baixo, gordo ou magro, loiro ou moreno, com ou sem etiqueta, com ou sem referências. Sempre tem um ogro assim rondando o seu campinho. E plóft!! Aí vem a marca e na memória fica a história daquela criatura que depois você fica se perguntando como é que você deixou entrar no seu campinho. Fazer o quê? Vai que alguém pensou o mesmo de ti, ãh? Cada fase da sua vida tem um ogro, não é essa a ideia?


Também tem aqueles ogros que juram que você é a única ogra da vida deles. Eles só se esquecem de avisar qual é o conceito atribuído à palavra vida: os quinze minutos que estão conversando contigo. E com cada uma que conversam, uma vida acontece. O mais interessante é que você tem a tendência a sempre acreditar nas pessoas. Tolice. Não acredite nem em si mesma. Pergunte-se duas vezes. Desconfie. Mas sem paranóia, por favor.


Depois do ogro gato, que vive várias vidas, só que ao mesmo tempo, você pensa “Agora preciso me centrar. De que adianta a carcaça inteirinha se o conteúdo nem existe propriamente? E quando a carcaça tem um enchimentozinho, é muita vida para você aguentar”. Lá vem o ogro das frases inteligentes, dos conteúdos atuais, das conversas cultas. É esse! É esse! Só pode! É nada...você convive um pouco e percebe que a inteligência é seletiva: só funciona quando quer. Quando não quer, atropela e invade aquele espacinho minúsculo que você ocupa no canto da sala, entre a folhagem e a caixinha de areia do gato. Epa, epa, epa. Stop! É preciso dizer que a invasão ocorre porque há um espaço mal preenchido por você. E sabe como é, né: saiu do ar perdeu o lugar.


Mas então, mais uma volta se dá, você percebe que o cantinho entre a samambaia e o gato é pequeno, que o ar falta, que a visão é horrível. E lá está você, novamente, sem um ogro. Que paradoxo. E eles são indispensáveis? Não. Eu não sou hipócrita, claro que não. Também quero compartilhar minha vida com um ogro. Óooh, que lindo! Não poderia ser mais água com açúcar.


Ah, tem os mortos-vivos também que somem da sua vida, como purpurina. De repente, reaparecem. Do nada. Das cinzas. Do MSN. Sei lá. Com o papo nostálgico dos “velhos tempos”. “Que interessante!”, você pensa. Quem sabe agora, mais madura e mais maduro, pode-se viver bons momentos. Dãaa!! Acorda! Ele não mudou e, seja franca, você também não. Esquece, vira a página. Mentira. Você até tenta, ilude-se um pouquinho, pensando que pode ser diferente. Isso só funciona em letra de música.


Dá quase para desistir. Você até tenta, mas alguma coisa lá no fundinho não deixa. Você quer estar com um ogro. Alguns ogros aparecem. Mas não dá. Ainda não apareceu um ogro que seja Shrek e, de repente, você percebe que também não é a Fiona da vida do Shrek. É carne e osso mesmo e a pele não é verde.


A vida parece ser assim: encontros e desencontros que acontecem conforme a nossa predisposição a vivê-los. Hummm, ou será que o amor é que é assim?

Wednesday, June 9, 2010

Mudanças

Já que falei de mudanças...mudei a cara do blog..embora o conteúdo seja beeeem mais trabalhoso mudar, mas, por outro lado, também muito mais proveitoso e válido. Será que a mudança externa afeta o lado interno? Talves passe arranhando por ele. De fato, é a mudança interna que provoca a revolução externa. Trocar de roupa, de cor de batom...não interfere muito, se as profundezas não se moveram...
Um tsunami vem das profundezas e traz mudanças, destrutivas e que apavoram; que levam bens preciosos. Por outro lado, dentro do meu graaaande conhecimento de física e geografia me permite saber, noto que eles organizam as camadas profundas da terra e estabelecem uma nova ordem na superfície. É desse tipo de mudança que falo, que abala as estruturas e reorganiza tudo. No dia-a-dia costumamos dizer que "fulano fez uma revolução na vida" e, com isso, queremos dizer que ele transformou tuuudo (pelo menos, até onde ele nos permite enxergar!! =]  ). Passamos a considerar aquela pessoa como ícone, modelo, exemplo de comportamento e imediatamente queremos mudar como ele.
 Mas e aí, será mesmo que a tal revolução é positiva mesmo? Na história da humanidade, algumas foram, outras não. Algumas tiveram efeitos produtivos, outras não. Tudo dependeu de como elas forma conduzidas. Então me pergunto: como conduzirei a minha? Como os outros conduziram as suas? Certamente não foi de ontem para anteontem! ;) Elas exigiram, tempo, empenho, esforço e, acima de tudo, surgiram do desejo imenso, profundo de alcançar algo.
Eis o ponto nevrálgico da questão.